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Curso online “Vaza, Falsiane!”: 2020 - educação midiática para combater desinformação em redes sociais

Curso online “Vaza, Falsiane!”: 2020 - educação midiática para combater desinformação em redes sociais
Ivan Paganotti
jul. 8 - 8 min de leitura
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Prof. Dr. Ivan Paganotti – CHECAR/PósCom-Umesp

Prof. Dr. Leonardo Sakamoto – PUC-SP

Prof. Dr. Rodrigo Ratier – Faculdade Cásper Líbero

O curso online “Vaza, Falsiane!” foi criado por três jornalistas e professores universitários – Leonardo Sakamoto (PUC-SP), Rodrigo Ratier (Faculdade Cásper Líbero) e Ivan Paganotti (UMESP) – para ensinar as habilidades necessárias para identificar e combater notícias falsas em redes sociais. Com apoio do Facebook, desde 2018 o curso apresenta conteúdos didáticos atualizados anualmente em nosso site – além de posts, vídeos, memes, testes e demais conteúdos interativos em nossas redes sociais, que formam uma das maiores redes de educomunicação no país, com quase 120 mil usuários. Também temos viajado por todas as regiões do país, em uma série de mais de 70 palestras em 25 cidades, em onze estados diferentes.

Com a pandemia e o isolamento social, o ano de 2020 exigiu alguns reajustes aos trabalhos que vínhamos desenvolvendo nos últimos anos. Havia demanda por conteúdo específico para combater as informações falsas sobre a pandemia, evitando que a população tomasse decisões prejudiciais baseadas em informações incorretas ou cientificamente sem fundamentos. Ao mesmo tempo, o modelo de parte de nossas ações presenciais – palestras e gravações de vídeos no estúdio do Facebook e em outras localidades, em São Paulo – precisou ser readaptado para respeitar as medidas de isolamento social.

Antes de a pandemia chegar ao Brasil, havíamos gravado no primeiro trimestre três vídeos com convidadas para discutir o impacto das notícias falsas no mercado de trabalho (com a pesquisadora Lívia Silva de Souza), nas agressões e ameaças contra mulheres (com Juliana de Faria, do Think Olga) e na aceleração de consumo midiático (com a pesquisadora Michelle Prazeres).

Entretanto, enquanto esses vídeos estavam em processo de edição, os primeiros casos de Covid-19 foram registrados em São Paulo, o que nos levou a gravar uma entrevista especial com Marcelo Litvoc, médico infectologista do Hospital das Clínicas (SP), para esclarecer dúvidas e desmistificar boatos sobre a nova enfermidade. Esse vídeo, publicado em 15 de março em nossa página do Facebook, viralizou com mais de 5,6 milhões de visualizações.

Nos meses seguintes, divulgamos também em nossos canais no YouTube e no Facebook os vídeos gravados anteriormente, mas não mais pudemos retornar à gravação desses materiais no estúdio desde então.

Outra estratégia que precisamos adaptar para o modelo remoto online respondeu à demanda de conteúdos educativos durante o isolamento social no combate à pandemia. Nos anos anteriores, os conteúdos de nossos cursos já eram utilizados pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, quando fizemos uma série de treinamentos para os docentes que usavam nossos materiais em sala de aula. Com a pandemia, adaptamos esses treinamentos para uma série de oito webinários, incluindo também em nossas conversas pelo YouTube estudantes e outros convidados, além dos docentes da rede pública paulistana.

Também fomos procurados pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), que passou a incluir nosso curso entre os materiais didáticos adotados no ensino remoto emergencial de seus alunos da educação básica, do ensino superior e da pós-graduação. No final de julho, também ministramos uma palestra para a equipe de professores e estudantes dessa instituição, trocando experiências sobre como o material pôde auxiliar nesse período excepcional de grande demanda por conteúdo educomunicativo interativo online.

Na impossibilidade dos encontros presenciais, as demais palestras que tínhamos agendadas também migraram para plataformas online como YouTube, Google Meet, Collaborate, Microsoft Teams e StreamYard, o que permitiu divulgar nossos conteúdos em palestras e eventos em instituições sociais, culturais e educacionais como a Fametro, em Manaus (AM), a UFG, em Goiânia (GO), o Senac-DF, em Brasília (DF), a Cefet-MG, em Belo Horizonte (MG), o IF-Sul de Minas, em Passos (MG), a Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo (SP) e, em São Paulo (SP), na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, no Clube Hebraica e no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), entre outros.

Enquanto mantínhamos essa agenda de gravações e eventos, seguimos também com a atualização anual dos conteúdos didáticos do curso, possibilitada pela renovação do apoio do Facebook no começo de 2020. Ao contrário dos anos anteriores, entretanto, essa formulação foi feita de forma remota. Nos anos anteriores, além dos conteúdos textuais, exercícios e memes desenvolvidos exclusivamente para o curso, também havíamos produzido vídeos apresentados por personalidades conhecidas pelo seu papel na divulgação de conhecimento em diferentes meios, como um dos mais influentes youtubers, o jornalista Iberê Thenório, do Manual do Mundo, e o professor de língua portuguesa, Pasquale Cipro Neto. Com as medidas de isolamento social, os novos materiais passaram a incluir vídeo-aulas gravadas nas casas de nossos criadores de materiais didáticos – prática que se tornou universalmente difundida entre docentes e alunos de diferentes níveis durante o difícil ano letivo de 2020.

Vale destacar que nós três, criadores do curso, somos docentes universitários, e um de nós também leciona na educação básica, o que significa que esses trabalhos foram acompanhados pela avalanche de novas demandas com a transição de nossas disciplinas para o ensino remoto síncrono em período emergencial.

Ao final do ano de 2020, nosso site contava com mais de 200 mil visitantes. Os materiais didáticos desenvolvidos para o “Vaza, Falsiane!” durante o ano passado foram lançados recentemente, no começo de 2021, em nosso site. Este quarto módulo, escrito durante a pandemia de 2020, inclui novos tópicos que respondem aos problemas desse difícil ano.

A pandemia da covid-19 foi um terreno fértil para a disseminação de conteúdo enganoso sobre saúde. Houve publicação de pesquisas falsas, ataques políticos à eficiência das vacinas, manipulação do medo e do ódio para favorecer políticos. Ao mesmo tempo, amplos setores da sociedade resolveram se movimentar para dar um basta à espiral de notícias falsas. A atualização do curso “Vaza, Falsiane!” cobre todos esses temas. O novo módulo “Desinformação na pandemia e além” debate a “fake science”, iniciativas como Sleeping Giants, inquéritos e projetos de lei contra notícias falsas e ações das plataformas sociais para coibir a enganação.

Além dos conteúdos novos, toda a plataforma online do “Vaza, Falsiane!” passou por um processo de reestruturação para incluir novos recursos de aprendizagem mais dinâmicos e interativos. A especialista em design instrucional Juliana Junqueira remodelou completamente a estrutura do curso e incluiu novas atividades e testes para verificar a evolução da aprendizagem e envolver de forma mais ativa os usuários com os materiais textuais, imagéticos e audiovisuais que já estavam disponíveis anteriormente.

Por fim, no segundo semestre de 2020 o “Vaza, Falsiane!” também foi uma das entidades que participou do lançamento da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), iniciativa que une grupos de pesquisa, verificadores de fatos, plataformas de educação midiática online (como o “Vaza, Falsiane!”), entidades acadêmicas e divulgadores científicos.

Em 2021, continuamos com a divulgação de nossos conteúdos em nossas redes sociais, expandindo o número de pessoas que teve contato com nossos conteúdos, que atualmente já somam mais de 10 milhões de usuários. Também continuamos com entrevistas na mídia e palestras em eventos online: se você se interessar, pode nos contatar pelo nosso site – https://vazafalsiane.com.


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