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Práticas educomunicativas na extensão: conheça o projeto CinEdu (Cinema, Audiovisual e Educação)

Práticas educomunicativas na extensão: conheça o projeto CinEdu (Cinema, Audiovisual e Educação)
Ana Graciela Fonseca Voltolini
mai. 28 - 6 min de leitura
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Por Ana Graciela Mendes Fernandes da Fonseca VoltoliniJenisson Edy Viana BartniskiLorena Cristina Nunes de Figueiredo e Maria Vitoria Izoton Batista

 

Em meio a flexibilização do ensino que atingiu escolas e universidades no ano de 2020 em decorrência da pandemia do novo coronavírus, os cursos de Cinema e Audiovisual e Radialismo, vinculados à Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá-MT, foram contrários à volta das aulas na modalidade remota, entendendo as dificuldades que o corpo discente e docente teriam com aulas online. 

Com isso, em reunião a maioria dos estudantes optou por atividades de extensão no sentido de que estas podem contribuir para o bem-estar dos discentes, além de mais adequadas a esse período de adaptação e compreensão do ensino remoto. Assim, nasceu o projeto CinEdu com o propósito de articular os conhecimentos adquiridos em sala de aula e o desenvolvimento de reflexões e diálogo em prol de uma aproximação entre as áreas do Cinema, Audiovisual e Educação. 

O CinEdu é um projeto de extensão desenvolvido durante o 2.º semestre de 2020, através de encontros virtuais para a discussão de atividades, textos, filmes e vídeos que resultou na produção de um catálogo com fichas pedagógicas. Cada ficha contém a recomendação de uma obra audiovisual para ser utilizada em sala de aula e este material é voltado para professores da Educação Básica. Além do catálogo, o projeto realizou eventos de forma online que promoveu bate-papo com educadores e uma oficina. 

Print do Primeiro Encontro CinEdu Fonte: Arquivo Pessoal (2020). 

O projeto teve pouco tempo para sua elaboração e planejamento, considerando a urgência em ofertar as atividades. Desta forma, o CinEdu foi sendo construído a cada encontro, uma proposta colaborativa que contou com a ajuda dos integrantes, assim definíamos as atividades e como estas seriam realizadas. O que poderia ser considerado um ponto negativo, foi justamente o grande diferencial da proposta. 

Parte fundamental da experiência da maioria dos participantes do projeto foi a inclusão de ideias de todos os componentes do grupo, situação que era perpetuada e estimulada pela professora coordenadora, criando um espaço aberto para discussão e reflexão de novas sugestões. Essa condução fez com que os integrantes tivessem a oportunidade de participar e de realizar algo que quisessem e que acrescentaria positivamente na proposta do projeto. 

Assim, as ideias que fizeram com que o CinEdu atingisse outros objetivos além do principal, eram concedidas pelos alunos participantes, tais como a frente de divulgação científica que produziu artigos e textos para participação e publicação em eventos científicos; a realização de lives com intuito de divulgar o projeto, promover o diálogo entre educadores e profissionais e sobre a relação comunicação e educação; a oficina de criação de projetores caseiros, e a participação na Semana da Mídia na Escola.  

A Semana da Mídia na Escola é um evento cujo objetivo é envolver escolas públicas e privadas na promoção de atividades acadêmicas voltadas à comunicação e às mídias em geral. Na ocasião ofertamos o workshop Cinema em casa com o CinEdu que teve como programação um bate-papo sobre Cinema, Educação, Cultura Digital e Base Nacional Comum Curricular e uma oficina de confecção de projetor caseiro. O workshop foi transmitido no nosso canal no YouTube

A oficina foi sugestão e realização de uma das integrantes, pensada para estimular os professores a criarem recursos para ampliar os métodos de ensino. Além disso, não é toda escola que dispõe de um projetor, o que dificulta o uso de obras audiovisuais em sala. A criação de projetores caseiros pode ser uma forma de contornar temporariamente essas dificuldades. Deste modo, ao testar e definir o modelo de projetor era demasiado importante que os materiais fossem acessíveis. Ademais, no atual contexto pandêmico, em vez de sair para ir ao cinema, fazer projetores pode ser uma ótima atividade com a família em casa. 

Ainda, destacamos que, por indicação de uma das integrantes, o CinEdu foi matéria em um dos principais jornais do estado. A logo do projeto e toda a identidade visual também foi criação dos participantes. 

Matéria do Jornal A Gazeta sobre a participação do CinEdu no evento 

Fonte: Jornal A Gazeta (2020). 

CinEdu para além das “salas virtuais” Fonte: Arquivo Pessoal (2020). 

Dessa maneira, todos esses resultados só foram possíveis devido à existência de um ambiente acolhedor, no qual todos poderiam indicar e criticar em prol do projeto e da melhoria das ideias sugeridas, partindo desse princípio de contribuição colaborativa, de uma proposta aberta e em construção. 

Todo o trabalho do CinEdu teve como norte a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que propõe a utilização de múltiplas linguagens e valoriza práticas diversificadas de produção artístico-cultural. Nesse sentido, criamos as fichas pedagógicas que compõe o catálogo, nosso principal produto, entendendo que o Cinema e o Audiovisual podem ser incluídos como um recurso que colabora no desenvolvimento de competências e habilidades previstas na BNCC. O CinEdu compartilha da visão de Rosália Duarte* em que temos muito a ganhar ao adotar a prática de ver filmes como parceira e não rival na aquisição de conhecimento. 

O trabalho resultou em 15 fichas que estão disponíveis na 1.ª edição do catálogo. São recomendações fílmicas que possibilitam trabalhar diversos temas em sala de aula, através de curtas, documentários, animações, entre outros gêneros. O catálogo estimula o uso de diferentes linguagens e gêneros, e o acesso a manifestações artísticas e culturais como recomenda a BNCC. Desta maneira, o projeto CinEdu buscou trabalhar o estímulo ao uso e consumo de obras audiovisuais no ensino e a formação de público.  

Participaram como integrantes do projeto os discentes da UFMT: Cilmmara Frison, Fernanda Fidelis, Jenisson Bartniski, Laíza da Silva, Lorena de Figueiredo, Marcella Contiero, Maria Vitória Batista, Marcella Vieira e Verônica Paulino. Tivemos a colaboração da participante externa Thaís Jacobina e coordenação da professora Dra. Ana Graciela Mendes Fernandes da Fonseca Voltolini. 

Para acessar o catálogo e conhecer mais sobre o projeto e todas ações mencionadas neste relato, acesse nosso site.

Também estamos no Instagram, siga @cinedu.ufmt.

 

*DUARTE, R. Cinema & educação: refletindo sobre cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.


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